Etica x Teste em animais
Mariana Torres Piza de Abreu
É moralmente correto sujeitar os animais a atrocidades em prol do desenvolvimento humano? Será correta a utilização de animais para experiências? Que fatores permitem ao homem considerar-se superior aos seres de outras espécies, nomeadamente aos animais? Devemos considerar os animais porque estes nos podem ser uteis ou apenas porque são seres vivos capazes de sentir dor?
Há uma hipocrisia na discussão a cerca dos testes em animais. Pergunte a um pesquisador por que ele faz estudos com animais, e ele dirá que é porque eles são iguais a nós. Pergunte a um pesquisador por que são moralmente aceitáveis estudos com animais, e ele dirá que é porque eles são diferentes de nós.
Animais são de fato diferentes de humanos, já houveram casos de testes de drogas em ratos e chimpanzés (Animais que compartilham de mais de 90% do DNA igual ao de humanos) que deram errado em pessoas. Um grande exemplo é o caso da talidomida, medicamento para enjoo na gravidez que resultou em 10 mil bebês com defeitos congênitos no mundo inteiro.
Peter Albert David Singer, filósofo e professor australiano, defende que os interesses de todas as espécies, tanto animais como humanas, devem ser considerados do mesmo modo, baseando-se no principio de que as preocupações pelos outros seres não dependem do seu aspecto nem das suas capacidades.
O fato de os animais não pertencerem à espécie humana não é condição significativa para serem explorados, nem para que os seus interesses possam ser ignorados. Peter Singer argumenta que se utilizamos o principio fundamental da igualdade na luta contra preconceitos, como o racismo ou a superioridade masculina, a base deste principio não se pode aplicar apenas a seres humanos. Segundo este filósofo ao aceitar-se este principio como a base moral das relações com os outros seres da nossa espécie, temos de o aceitar também como base moral sólida das relações que estabelecemos com aqueles que não