Estudo dirigido movimentos
Não se pode falar sobre “questão social” sem mencionar o modo societário no qual ela se insere e os efeitos que ela produz sobre o conjunto das classes trabalhadoras. A “questão social” não é um fenômeno recente, foi cunhada por volta de 1830, sendo assim, estranha ao universo marxiano. Porém, os processos sociais que ela traduz se encontram no centro de toda a análise que Marx fez sobre a sociedade capitalista. Historicamente, foi tratada no âmbito do poder, pois representava uma ameaça que a luta de classes representava a ordem instituída. Tendo em vista a análise de Marx sobre a dinâmica do sistema capitalista pode-se dizer que tal sistema não somente produz condições materiais a vida humana (existência material das condições de trabalho), mas também relações sociais contraditórias (forma social pela qual se realiza). O estudo dessa dupla e indissociável dimensão é necessário para captar o caráter específico do trabalho e da forma social da riqueza na sociedade capitalista. Não se pode desfigurar-se essa problemática, pois pensar o trabalho e a questão social na sociedade capitalista supõe dar conta de sua historicidade, e, com isso, visualizar o que Marx chama de materialização das relações sociais e a personificação das coisas. Pois, nessa sociedade, a mercadoria é o caráter predominante e determinante dos produtos. O próprio indivíduo trabalhador aparece com um vendedor de mercadorias, no caso, sua força de trabalho. A mais valia é a finalidade direta e móvel determinante da produção. Por isso procura-se reduzir ao máximo o preço de custo da mercadoria.
2.1) Em qual contexto histórico autores do campo