Estratégias arquitectonica / tacticas habitacionais
(“Torre APL”): o horizonte dinâmico
A área litoral do Porto de Lisboa, na sua passagem do município alfacinha para o de Oeiras, em Algés, gera um espaço de transição, com a inflexão da linha de costa, e a gradual predominância de espaços naturais sobre os artificiais.
A nova torre de controlo marítimo, olhando a um tempo a barra do Tejo e o seu amplo estuário, localiza-se nesse ponto fulcral de “mudança de paisagem”, definindo-se, como programa e como vontade, em escala grandiosa. As referências aos monumentos historicamente anteriores, na mesma “linha de água e margem”, como a Torre de Belém (1515) e o Padrão dos Descobrimentos (1940) fazem dela um terceiro e especial momento, geográfico e temporal.
O edifício, projecto de Gonçalo Byrne em 1997-2001, considera de modo eficaz e intenso as várias significações inerentes: o objecto de macro-escala, isolado numa vasta dimensão paisagística, de HORIZONTE AQUÁTICO sem fim; o conceito de monumentalidade e de verticalidade, consagrados na História, versus a ideia de dinamismo e a correspondente expressão oblíqua, próprias da modernidade; finalmente, o tema da perenidade ou do desejo de eternidade das matérias construídas, em contraste com a efemeridade das técnicas e expressões do High-Tech.
A obra resolve claramente os três desafios: pela simplicidade forte como implanta um corpo solto e nítido, liso e trapezoidal; pela inteligente articulação interna, dos espaços expressamente verticais (a caixa de escadas), com as sucessivas áreas de trabalho e de gabinetes, que vão povoando e dinamizando o volume oblíquo externamente aparente; finalmente, pela consideração do invólucro de base pétrea, e o seguinte desenvolvimento metálico, parte compacto e maciço, parte translúcido e