serviço social
ASSISTENTE SOCIAL – IDENTIDADE E SABER
Dissertação de Candidatura ao grau de
Doutor em Ciências do Serviço Social da
Universidade do Porto
Orientador – Doutor Telmo Humberto Lapa
Caria
Categoria – Professor Associado
Afiliação – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Dissertação de doutoramento em Ciências do Serviço Social
Berta Pereira Granja
2
Universidade do Porto
Janeiro 2008
RESUMO
Esta dissertação é o resultado de um projecto de investigação etnográfica sobre a actividade profissional dos assistentes sociais, o saber que mobiliza e a energia que a estimula - as formas identitárias profissionais. O processo desenvolveu-se em Portugal nos contextos reais de trabalho e foi complementado no Brasil e no Canadá.
Considera-se que para ser e agir como profissional é necessária uma base que dê sentido e coerência ao agir no meio da incerteza e da contingência. Esta base é a forma identitária que se constrói e reconstrói pela reflexão individual e colectiva, na formação e nas vivências experienciais da profissão, e ainda pelos resultados da investigação. Esta forma identitária é sustentada por uma estrutura sócio-cognitiva própria, que serve de plataforma giratória para garantir a energia para o agir e ao mesmo tempo é alimentada e permanentemente transformada pelo agir.
A actividade dos assistentes sociais responde a problemas que resultam do funcionamento das estruturas socioeconómicas, políticas e seus sistemas, mas que influenciam percursos, condições e modos de vida, identidades individuais e colectivas de pessoas e grupos. Estes problemas vividos de forma singular são transformados pelos profissionais em problemas de acção profissional.
A resposta a estes problemas de acção exige um saber profissional proveniente da estrutura sócio cognitiva. Esta estrutura administra um saber tácito construído pela experiência, um repertório técnico já formalizado, conhecimentos das ciências sociais