Esquizofrenia
Graduação
TRABALHO
DE
PSICOPATOLOGIA
Rio, Outubro, 2013
1. Como o sr.(a) entende a esquizofrenia?
Em primeiro lugar é importante destacar a incompletude de expor tão complexa questão de maneira resumida e didática. Essa explanação, longe de esgotar o assunto, sequer começa a percorrê-lo.
A esquizofrenia é um processo de adoecimento psíquico, compreendido como fazendo parte do campo das psicoses. Uma das características mais marcantes desse processo são os períodos de crises ou surtos, onde há rompimento total ou parcial com a realidade. A frequência desses episódios varia muito de sujeito para sujeito, chegando a alcançar longos períodos de remissão.
Quanto a sua forma, os surtos podem ser considerados mais invariáveis. Grande parte inclui delírios e alucinações, onde as visuais e auditivas são as mais frequentes.
Já quanto ao conteúdo, são extremamente pessoais e revelam a subjetividade do paciente, sua própria história e a construção do processo de adoecimento. São, portanto, rico material de trabalho para o analista.
Já nos períodos fora das crises, que constituem a maior parte do tempo, a principal marca é a dificuldade de simbolização, que pode tonar complexas atividades simples da vida cotidiana, como trabalhar, estudar e ter relacionamentos sociais e afetivos. Essas dificuldades variam muito de sujeito para sujeito, de acordo com o comprometimento gerado pelo sofrimento.
Como todo o processo de adoecimento psíquico, a esquizofrenia também revela intima ligação com a cultura. A maneira como os modos de subjetivação são moldados e, sobretudo, a maneira como cada sociedade trata ou exclui seus “loucos” influencia de maneira decisiva o curso do adoecimento.
A esquizofrenia é, portanto, um processo extremamente dinâmico e singular, que exige do analista constante reavaliação e ajustes no planejamento