Especialista em lp

O diálogo como instrumento de mediação entre a

cultura escolar e a cultura juvenil.

Maria Rita Gabriel Silva

“Educação é comunicação, é diálogo, na medida em que não é transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados.”
Paulo Freire

Aproximar a cultura escolar da cultura juvenil é um dos grandes desafios da educação contemporânea, onde existe uma imensa distância entre esses dois mundos. De um lado, temos “os coletivos” organizados pelos jovens trazem consigo para dentro da escola produtos culturais marcados pela insatisfação e inconformismo. Manifestam performances e valores com rap, grafite, sticker e as pichações, que marcados pelo efêmero, fazem do instante presente a marca do protagonismo juvenil. De outro lado, temos a escola com o discurso formal, recebendo e tentando encaixar todos seus participantes em papéis historicamente formatados para uma sociedade que já não existe mais. A pluralidade ecoa nas diferenças e no conflito, gerador do desinteresse, da apatia e dos muitos problemas de aprendizagem e de convivência que a escola enfrenta.

Muitas vezes, a escola tem reduzido seu ambiente privilegiado em um espaço de segregação, reproduzindo preconceitos sociais. Em contrapartida, para que a escola possa aproveitar de fato o potencial desse espaço interativo de descobertas é preciso haver uma mudança de mentalidade de toda a comunidade, onde o reconhecimento e a aceitação do outro como indivíduo constitutivo e coparticipante do mesmo espaço social seja um esforço coletivo. As relações devem ser pautadas no respeito e na postura empática para conhecer o outro, em todas as suas formas de ação e de produção.

O papel da escola, então, deve ser de criar espaços múltiplos de reflexão e de negociação, buscando a aproximação dessas culturas, pelo diálogo, potencializando o que elas têm de melhor, que é justamente o talento da pluralidade, da diferença. Bons projetos como