Escritos joaninos - ap 12,1-6
Introdução/contexto
A experiência apocalíptica da assembléia eclesial O capítulo 12 combina os elementos de duas visoes distintas: o combate do Dragão contra a Mulher e sua descendência (1-6 e 13-17); o combate de Miguel contra o Dragão (7-12). O grupo eclesial encontra-se em fase delicada. Depois de ter analisado e avaliado os elementos que entram em jogo no desenrolar da história da salvação, depois de tomar conhecimento das forças positivas e negativas que determinam seu desenvolvimento, o autor coloca brusca e drasticamente face a face com o demoníaco. Diante desta força imensa e hostil, o grupo eclesial e o conjunto das forças positivas, ao qual sabe pertencer, nem sempre são os vitoriosos. Jerusalém, que os simboliza, pode ser pisoteada, reduzida e oprimida e todas as suas dimensões. Talvez só lhe reste a possibilidade de orar e de participar da crucifixão de Cristo, revivendo-a pessoalmente (Ap 11,1-10). O grupo eclesial encontra-se hesitante entre dois pólos contrapostos: a presença e a violência arrogante do mal que poderia também esmagá-lo, e a força que sente possuir como dom de Cristo e que, em ultima análise, surpreendentemente triunfará. Porém esse resultado não deve ser considerado como conclusivo. O autor do Apocalipse pede ao grupo eclesial um maior aprofundamento que lhe permitirá focalizar com maior exatidão sua relação com as forças hostis. Temos assim a apresentação do “Grande Sinal”. O Grande Sinal é precedido por uma solene doxologia com a qual o grupo eclesial se identifica e se prepara para compreender plenamente todo o alcance que tem o Grande Sinal (Ap 11,15.17). O Reino de Deus torna-se, em fim, realidade (Ap 11,19). O Reino de Deus é aliança realizada.
O Grande Sinal Para responder a essa realidade, o autor do Apocalipse apresenta à assembleia um “sinal” que deverá decifrar e aplicar à sua realidade, um sinal de importância particular: “Um sinal grandioso apareceu no céu: uma