Escola

O Lugar de Falar
Nassar, Paulo. O Lugar de Falar; local, EDITORA; 2012Há um termo acadêmico que mostra claramente como a competência é determinante em qualquer tipo de discurso: “o lugar de fala”. Se alguém quiser tratar de sustentabilidade, por exemplo, o tratamento do assunto será de gerente se o seu “lugar de fala” for a partir de uma indústria petrolífera ou se o seu “lugar de fala” for de uma ONG ambiental. Em outras palavras, a perspectiva original vai determinar o enquadramento do tema e o seu consequente sucesso ou revés. Ao tratar da comunicação organizacional, o “lugar de fala” assentado sobre o Prêmio Aberje, e suas décadas de história, nos dá uma posição bastantecon cortável. Não somente pelos cases premiados, provas mais do que cabais da evolução constante de nossas práticas. Mas, igualmente, pelo volume de trabalhosrecebido das mais diferentes regiões do Brasil, o que mostra a comunicação como um vetor inseparável da estratégia das grandes corporações nacionais. A “era dos ativos intangíveis” veio acolher a comunicação com seu reper-tório teórico e prático bastante desen-volvido. A Aberje, que deixou de discutira “gramatura” do papel de boletins empresariais para discutir a “dramatura” do mundo, foi, ao mesmo tempo, condu-tora e caudatária desse movimento de sof situação conceitual. Sim. Continuamos a premiar os melhores relatórios e revistas empresariais. Porém, agora, premiamos verdadeiras “organizações voltadas à comunicação”. As grandes corporações hoje planejam seus negócios a partir do diálogo com os seus públicos, bem como a partir de narrativas baseadas em sua memória e no esforço de criação de comunidades cocriadorasde valor, legítimas legiões de “fãs”. A 37ª edição do Prêmio Aberje, portanto, retratada nesta revista, vai muitoalém das lições de comunicadores para comunicadores. Transcendemos nossas fronteiras. Nas páginas a seguir, há uma coleção de estratégias de sucesso em gestão, um verdadeiro rosário de como a