Escola
A educação continua sendo, em nosso país, um processo amorfo e a escola – seu instrumental essencial juntamente com a família – prossegue estagnada como águas turvas e sem vida. A família evolui, com o diálogo entre os país e filhos. A escola, porém, não caminha. Não vem nem a reboque da sociedade. É um burro que empacou.
É tão insignificante a presença da escola na sociedade que, no período de férias, ninguém nota sua ausência e, no período escolar, ninguém sente sua presença, a não ser estudantes e professores que têm de cumprir horários (...)
O Brasil não pode entrar nessa de acreditar que o que é público não funciona e somente a
“livre” iniciativa é capaz de fazer bem a tudo. Não é verdade. É preciso recobrar a memória e analisar a realidade (...)
É a oportunidade de começarmos a mudar uma escola quem nem professores nem estudantes suportam, pois torcem pelo sábado, pelo domingo, pelas férias e pelos feriados, quando não há aula, por uma escola que todos amem e ajudem a construir.
Melhor exemplo de amor e de participação não existe do que o praticado pela Escola de
Samba, a única escola que deu certo no Brasil, a única escola com êxito no Brasil.
E por que tal realidade? Simplesmente, porque na Escola de Samba há participação de todos nas decisões do coletivo e existe confiança mútua.
Enquanto nas escolas brasileiras as exigências para seu funcionamento são de ordem material, como espaço físico, número de sanitários, tantos volumes de livros na biblioteca, laboratórios que não funcionam e exibição de diplomas mudos, na Escola de Samba, o que vale é a pessoa humana. É o bom passista (verdadeiro artista de um “ballét” bem nacional). É o compositor popular. É a porta-bandeira. É o mestre-sala. São individualidades que formam um conjunto harmonioso e realizam um trabalho maravilhoso (...)
A escola do pretenso saber não educa, não ensina, não denuncia e não se faz presente, enquanto a Escola de