Escola 10
Segurança alimentar em meio hospitalar
Madalena Caramba
Os Hospitais são sistemas complexos, comparáveis em termos de comportamento, ao funcionamento do sistema imunitário, ou ao de uma colónia de insectos, ou ainda ao de uma família. Quer isto dizer que são compostos por conjuntos indivíduos que agem, de formas nem sempre previsíveis e cujas acções estão de tal forma interligadas que provocam alterações no contexto de outros (Plsek, 2003).
Serviços de Nutrição e Dietética
Os Serviços de Nutrição e Dietética (SND) partilham dessa mesma complexidade, influenciando e sendo influenciados de acordo com as acções internas e externas a que diariamente estão sujeitos. Na conjuntura em que se enquadram, o poder para influenciar é nitidamente inferior se comparado com o dos serviços de assistência clínica, não obstante, partilhar com estes a mesma função, a prestação de cuidados, neste caso, cuidados nutricionais. Não só a contribuição em termos nutricionais é importante, também o bem-estar, o conforto e a segurança que resultam de um bom desempenho ao nível dos SND podem contribuir para uma recuperação mais rápida do paciente e para ajudar a criar uma imagem de qualidade e eficiência nos hospitais. No sentido de se alcançar esse bom desempenho, na área da alimentação, criaram-se ferramentas de gestão com base na legislação e regulamentos existentes que têm provado ser a solução quando aplicados na industria e, com algumas adaptações, na restauração. A nível hospitalar, a gestão da segurança alimentar apresenta, contudo, constrangimentos próprios que se prendem principalmente com a posição que os SND ocupam dentro da hierarquia de prioridades das instituições hospitalares, sendo vistos como áreas menos nobres e geradoras de despesa. Para além disso, há que considerar as restrições orçamentais, a resistência das empresas concessionárias ao cumprimento dos cadernos de encargos e a falta de pessoal técnico. Partilha ainda com as empresas de restauração os