Erico Verissimo
De família abastada que se arruinou, Érico Veríssimo era filho do farmacêutico Sebastião Veríssimo da Fonseca (1880-1935) e da dona de casa Abegahy Lopes (dita "dona Bega"). Tinha um irmão mais novo, Ênio (1907), e uma irmã adotiva, Maria.1 Quando tinha quatro anos de idade, Érico ficou gravemente doente e, após ser levado a vários médicos, foi finalmente diagnosticado com meningite complicada com broncopneumonia pelo médico Olinto de Oliveira, cujo tratamento salvou sua vida. Durante sua infância, estudou no Colégio Venâncio Aires, em Cruz Alta, onde foi um aluno comportado e quieto, frequentava o cinema e observava o pai trabalhando. Por volta de 1914, com quase dez anos, Érico criou uma "revista", Caricatura, na qual fazia desenhos e escrevia pequenas notas.
JUVENTUDE: Aldiskley
Aos treze anos, Érico já lia autores nacionais, como Aluísio Azevedo e Joaquim Manuel de Macedo, e estrangeiros, como Walter Scott, Émile Zola e Fiódor Dostoiévski. Em 1920, foi matriculado no extinto Colégio Cruzeiro do Sul (hoje Colégio IPA), um internato de orientação protestante de Porto Alegre, deixando sua namorada Vânia em Cruz Alta. No novo colégio, Veríssimo foi por muito tempo o primeiro aluno de sua turma, embora tivesse aversão à matemática.1 Em seu último ano letivo, o jovem Érico chegou a sofrer de claustrofobia e de pesadelos. Em dezembro de 1922, terminados os estudos do filho, seus pais se separaram; as diferenças do casal eram notáveis: Sebastião era um homem gastador e mulherengo e dona Bega, uma mulher econômica e reclusa. Érico, sua mãe e seus irmãos passaram então a morar na casa dos avós maternos. Endividado, o pai perdeu a propriedade da farmácia. No ano seguinte, Érico empregou-se como balconista no armazém do tio Américo Lopes e, depois, no Banco Nacional do Comércio. Durante esse tempo, transcrevia obras de Euclides da Cunha e de Machado de Assis, dentre outros escritores, e tomou gosto pela música lírica. Também aprofundou mais ainda a