Ergonomia
Quem trabalha em um frigorifico se depara diariamente com uma série de riscos que a maioria das pessoas sequer imagina, devido ao manuseio de instrumentos cortantes, a pressão por altíssima produtividade e, não raro, jornadas exaustivas em ambientes frios e insalubres. Esse tipo de trabalho exige uma elevada carga de movimentos repetitivos. Por exemplo: trabalhadores das indústrias de aves desossam, no mínimo, quatro coxas de frangos por minuto. Há funcionários que realizam até 120 movimentos diferentes em apenas 60 segundos, enquanto estudos ergonômicos apontam que o limite de ações por minuto deve ficar na faixa de 25 a 35 movimentos por minuto para evitar o aparecimento de doenças osteomusculares.
Alguns frigoríficos prolongam a jornada de trabalho de forma irregular, com expedientes que superar 15 horas por dia. A rotina exaustiva, mais o uso de objetos cortantes como facas e serras, elevam o risco de acidentes e, além disso, os funcionários acidentados ou que desenvolvem doenças ocupacionais recebem baixíssimas indenizações, e são “descartados” da empresa. Para especialistas da área, as condenações impostas pelo Poder Judiciário aos frigoríficos resultam em indenizações de valor muito baixo, que, em vez de inibir as práticas nocivas no setor, acabam permitindo que novos acidentes ocorram, diz o estudo.
No Brasil, os danos à saúde gerados no abate e no processamento de carnes destoam