Epistemoçlogia
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A HERMENÊUTICA COMO MÉTODO EMPÍRICO DE INVESTIGAÇÃOConsiderações introdutórias
A filosofia nas suas diferentes etapas históricas tem pretendido “tomar consciência do método” ... Hoje, a reflexão filosófica, por intermédio da epistemologia, vem dando importante contribuição ao estudo sobre os métodos científicos e, sem dúvida, essa contribuição é ainda mais necessária na atual fase de aprimoramento da pesquisa educacional em face dos riscos de tecnicismos (Gamboa, 2000, p. 65).
A discussão em torno da pesquisa social empírica sempre provocou debates e controvérsias que levaram pesquisadores e pesquisadoras a optar por diferentes teorias ou quadros de referência para o desenvolvimento de suas análises (entre outros: funcionalismo, estruturalismo, materialismo histórico, fenomenologia social, sociologia compreensiva ou interpretativa, etnometodologia) assim como por diferentes métodos de abordagem (dedutivo, indutivo, abdutivo, dialético, hermenêutico, fenomenológico). Tais discussões dividiram também o modo de se fazer pesquisa: Durante muito tempo, a oposição entre objetivismo e subjetivismo esteve marcada pelas etiquetas “pesquisa quantitativa” versus “pesquisa qualitativa”, atribuindo-se a primeira maior grau de representatividade, confiabilidade e relevância. A pesquisa quantitativa - também conhecida como survey research - tornou-se sobretudo a partir das décadas de 1950 e 1960 o padrão de investigação dominante, atendendo as demandas do mercado e dos organismos governamentais. Não obstante, no final da década de 1960 e início de 1970 esse formalismo metodológico empiricista passou a ser contestado, assim como a própria concepção de ciência foi colocada em questão (Martins, 2004). Tais questionamentos contribuíram para a retomada das metodologias qualitativas, que atualmente, já não são vistas em contraposição aos métodos quantitativos, mas como enfoques diferentes e necessários no campo da pesquisa social empírica (Flick, 2004, p. 271-279).
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