Epistemologia
Ciências Sociais
O artigo de Octavio Ianni, “Sociologia e o Mundo Moderno” abrange as características peculiares que deram surgimento à Sociologia enquanto ciência em um contexto histórico das lutas de classes do século XVIII e XIX da industrialização europeia.
Pensadores clássicos da filosofia buscavam entender as transformações sociais de sua época e elaborar soluções para ela, como observamos em diversos teóricos como Platão, no seu “mundo ideal”, Hobbes, Maquiavel e entre outros. Tais correntes filosóficas e seus paradigmas contribuíram para o surgimento das Ciências Sociais, em particular a Sociologia. Vale ressaltar a importância dos paradigmas das ciências físicas e naturais que permeavam o pensamento dos pensadores da Sociologia nos meados do século XIX em tentar fazer analogia entre natureza e sociedade.
Ianni discute as contradições da revolução burguesa em que se pretendia romper com a “opressão feudal”, mas que agravou ainda mais os conflitos sociais e a acentuação radical das condições de desigualdade social em um sistema industrial de exploração da mão de obra e dos recursos naturais.
Há uma diferença entre as três correntes da sociologia que são o conceito de “massa”, “povo” e “classe” em que a primeira diz respeito a grupos sociais que dependem de um sistema político, jurídico e também industrial de apropriação de recursos e exploração. A segunda se refere a grupos sociais organizados, amparados juridicamente e de atuação na sociedade através de ações políticas. E a terceira a uma criação decorrente das relações burguesas que é a classe de proletários que trabalhavam nas fábricas a custo da exploração, alienação e dos baixos salários. Intelectuais como Marx e Weber não querem apenas conhecer a sociedade burguesa, mas explicar a transformação e o desenvolvimento dela.
É nessa sedutora e conturbada modernidade, de pessoas órfãs de “deus” e relações fetichistas que surge a Sociologia. As promessas