Entrevista
Há várias maneiras de sabermos como era a vida no passado, para isso temos os historiadores que estão sempre nos ajudando a entender o que acontecia antigamente. Mas e como sabemos como era o clima? Ou que tipo de vegetação havia? Quem nos explica é a Doutora Gisele Leite de Lima, que trabalha em áreas não muito conhecidas, mas de suma importância. “O menos é mais.” Essa frase define majestosamente o trabalho de pesquisa desenvolvido por ela. Sua pesquisa, em linhas gerais, visa remontar um panorama do clima de séculos atrás, através de algo tão pequeno, que se mostra singular e notável.
Áreas de estudo e paixão pelo que faz...
Gisele explica que trabalha com duas grandes áreas introduzidas em uma área maior, que é um período geológico que se chama quaternário (período que vivemos atualmente), que começou a 2,6 milhões de anos atrás. Para realizar esse trabalho ela está inserida num grupo, no qual a UFSC, USP, UNIVASP, ULBRA e outras instituições do país fazem parte. Ela fala que o interesse é a tentativa de contar a história ambiental de determinados lugares. Sua equipe está trabalhando no estado de Santa Catarina, com projetos em várias partes do estado.
O objeto desse trabalho são as “Tufeiras”, que ”é aquela terra bem preta, que quando a gente pisa nela, ela treme”. A doutora fala que eles trabalham com esse material, que é uma lama preta seguindo duas correntes: aquela que olha a estratigrafia (que vê se tem mais areia, ou se tem mais lama preta em determinada área) que contam a história daquele ambiente: “se tinha mais chuva, se tinham mais raízes” e a corrente de Gisele, que faz um trabalho chamado palinologia.
Muito atenciosa e apaixonada pelo que faz, ela fala entusiasmada o que seu colega Vitor está fazendo no momento da entrevista. Eles trabalham com a lama que foi retirada para o estudo, que passa por um processamento químico e chega ao laboratório para fazer o trabalho que ele está elaborando. A pesquisadora explica que