Entrevista
A entrevista, como outros instrumentos, exige um rito para o seu desenvolvimento que chamaremos de etapas, sendo o planejamento, a primeira. Planejar significa organizar, dar clareza e precisão à própria ação; transformar a realidade numa direção escolhida; agir racional e intencionalmente; explicitar os fundamentos e realizar um conjunto orgânico de ações. Nesse sentido, é importante que o assistente social se organize para realizar a entrevista, considerando que sua ação esteja sustentada pelos eixos teórico, técnico e ético-político. O planejamento é uma mediação teórico-metodológica. Para tanto, o entrevistador
Lewgoy, A. M. B. & Silveira, E. M. C.
A entrevista nos processos de trabalho do assistente social
Revista Textos & Contextos Porto Alegre v. 6 n. 2 p. 233-251. jul./dez. 2007
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tem de conhecer a política social para a qual se destina o trabalho da instituição; deve seguir a especificidade para a qual ela terá de responder. Assim, se for para a área da saúde, terá de conhecer as políticas de saúde direcionadas a determinado segmento da população (infância, adolescência, velhice, gênero) e a sua particularidade. Precisa conhecer também a instituição e o seu marco de referência. O segundo passo é estabelecer a finalidade da entrevista, os objetivos e o instrumento da coleta de dados. O terceiro é delimitar o horário e o espaço físico onde será realizada a entrevista, ou seja, um local1 que propicie a comunicação, o relacionamento e o respeito ao usuário.
A segunda etapa da entrevista é a sua execução propriamente dita e se constitui de momentos que se entrecruzam através de estágios do prelúdio ou etapa social, da coleta de dados ou focalização, do contrato, da síntese, e da avaliação. A coleta de dados requer habilidades do entrevistador na identificação e na seleção das necessidades e demandas apresentadas pelos entrevistados. As informações colhidas servirão de subsídios para a avaliação das prioridades e definição das