Entre sangue e trevas
Eu gosto de coisas de zumbis: filmes, jogos, seriados e histórias em quadrinhos. Eu cheguei a imaginar que um dia eles dominariam o planeta e nós, sobreviventes, iríamos combatê-los. Hoje eu sei que não vai ser bem assim. Assim como o vírus da raiva poderia passar por uma mutação e criar zumbis, surgiu um vírus causador da doença chamada vampirismo.
Tudo aconteceu muito rápido. Não sei como, mas meu irmão foi um dos primeiros infectados. Hoje me arrepia a lembrança de ter dormido no mesmo quarto de um deles. Ele passava a noite sugando o próprio sangue. Não parecia ameaça a ninguém exceto a si mesmo.
Quando fomos levá-lo ao hospital, mordeu a primeira pessoa que viu na rua. Talvez todos esses dias ele estivesse tentando não morder ninguém da família, num esforço inimaginável, tentando controlar o incontrolável.
Depois de morder aquela pessoa, sugou quanto sangue pôde antes de puxarmos ele. A pessoa, já o chão, se contorceu e em questão de um minuto era outro vampiro. O vírus dominou a vítima numa velocidade assustadora, principalmente em relação aos zumbis, que podem demorar um dia inteiro para se transformar e tentar atacar alguém.
Este segundo vampiro não teve a consideração de morder a si mesmo tentando se controlar. Já não tinha consciência de seus atos, e logo atacou outra pessoa. Assim que percebi o risco de infecção, larguei meu irmão e corri. Tal era a velocidade da infecção que ao cair da tarde a cidade estava tomada. Continuei tentando fugir, mas depois de se alimentarem, eles sentem uma revigoração que os faz mais fortes e rápidos. Nada de sobrehumano, mas superior a um humano comum que estava exausto, com fome e sede. A esse ponto eu me sentia cercado, pois para qualquer lado que fosse encontraria mais deles. Olhei o pôr-do-sol e imaginei que pesadelo seria escapar à noite. Quase desistindo, olhei para frente e rapidamente avistei o portão de uma casa aberto. Talvez o morador saiu para ver o que