Entre os muros da escola
Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, em 2008, o filme é baseado no livro homônimo de François Bégaudeau, que retrata a experiência de um professor de Francês do ensino fundamental – ele próprio- ás voltas com uma turma que, á primeira vista, não parece muito a fim de cooperar. Interpretado também por François, o personagem central da história tem de lidar não só com a falta de interesse dos alunos em sua disciplina, mas com as diferenças sociais e o choque entre culturas africana, árabe, asiática, e é claro, européia, dentro das quatro paredes de uma sala de aula.
Rodado durante sete semanas em um colégio do leste de Paris, o filme tem ares de documentário e um elenco de não autores – alunos, professores e pais. Louise é a princesinha da classe, Arthur, o emo de poucas palavras, Souleymane, o garoto marrento que chega as vias de fato com o professor e que, por isso pode acabar expulso da escola, Esmeralda a contestadora.
No filme pudemos verificar que os relacionamentos interpessoais entre professor-aluno, aluno-aluno, fica a desejar.
Dentro da sala de aula existe uma diversidade muito grande de culturas, raças, religião, etc. e o que vimos claramente é que cada indivíduo tem sua raiz bem firmada e quase não se misturam entre si.
O professor é alguém que está acima dos alunos, tanto culturalmente como socialmente (por ser francês), exerce uma violência simbólica com os alunos e está ali, para passar conhecimentos e não para trocar e construir juntamente com os alunos.
Essa escola francesa exerce uma coerção social nos alunos, como estudamos na teoria de Durkheim, uma visão de que os adultos exercem ação nas gerações que ainda não estão preparados para a vida social, ou seja, uma visão conservadora e tradicional.
O reprodutivismo também está bem presente, ou seja, a escola reproduz a desigualdade social, em que pudemos observar na cena em que um professor entra descontrolado na sala de professores