Entre os muros da escola
Filosofia da Educação
Análise do Filme: Entre os Muros da Escola
São Paulo
2011
O filme mostra de modo documental a realidade de uma escola pública francesa de periferia, onde os professores atuam de modo muito convencional e conservador em contradição com os métodos propostos e o projeto pedagógico implantado no sistema de ensino. Com alunos desinteressados, colegas pouco preparados e com a função de ser o coordenador pedagógico, a personagem principal é o professor Fançois Marin que busca modificar seus métodos de ensino e vencer os muros impostos pela relação professor-alunos; num segundo momento o vemos tendo dificuldades com a linguagem e a diversidade cultural de sua classe, ainda tendo que vencer os preconceitos impostos também por seus colegas de profissão exemplificados na cena em que se discute sobre os problemas de deportação de um aluno e em seguida alguém estoura champanhe para comemorar a gravidez de uma professora. Há uma crítica implícita ao sistema educacional e ao despreparo do professor para lidar com a diversidade e com o novo. O paradigma europeu, colonialista se reflete na tentativa de assimilação dos alunos: o chinês que fala com dificuldades a língua francesa, mas é esforçado em se integrar é considerado bom aluno, já o africano que fala sua língua natal e é questionador é um aluno problema e passível de expulsão. Marin parece se importar com suas aulas e com o destino de seus alunos, mas ao mesmo tempo permanece vítima de um sistema de ensino que o calcifica numa teia de ensino incapaz de vencer o muro a muito colocado diante dos alunos. Seus esforços vão aos poucos sendo minados pela turma, por seus superiores e por fim, por ele mesmo, que já não enxerga mais perspectivas para seus alunos problema e sua relação com os alunos se abala. No fim do ano, a aluna que quase não aparece no filme ainda declara que acha que não aprendeu nada ao longo do período de aprendizagem, o