Enterobiose e Tricuríase

1- INTRODUÇÃO
Em países em desenvolvimento as enteroparasitoses são muito freqüentes, principalmente entre as crianças, onde não há um saneamento básico adequado e ocorre uma deficiência no que diz respeito à orientação sobre higiene e vias de contaminação.
As crianças em idade escolar são muito prejudicadas por esses tipos de parasitoses,pois os enteroparasitos consomem os nutrientes necessários para o desenvolvimento físico e cognitivo, além dos sintomas habituais, como dores abdominais, diarréias e desconforto. (BIOLCHINI, 2005).
Um indivíduo pode estar monoparasitado ou apresentar dois ou mais enteroparasitos. Entre as pessoas pesquisadas em uma área rural de Uberlândia (Minas Gerais, Brasil) foram encontrados 66,7% moninfectados, 17,6% biinfectados e 15,7% poliinfectados (BIOLCHINI, 2005).
Em São José da Bela Vista, São Paulo, usuários do Serviço Ambulatorial do Centro de Saúde Municipal e do Hospital Público São Vicente de Paulo foram analisados, ambos os sexos, quanto à presença de enteroparasitos, resultando em 44,4% dos indivíduos portadores das enteroparasitoses. Resultado esse que foi atribuído ao baixo nível socieconômico e educacional da população em questão. (BIOLCHINI, 2005).
As enteroparasitoses em questão, Enterobiose e Tricuríase, são doenças de ampla distribuição. Estima-se que, segundo Rey (2002), a Tricuríase tem distribuição cosmopolita, possuindo 500 milhões de casos em todo o mundo e é muito comum em países tropicais, como o Brasil. No entanto, a Enterobiose é mais comum em regiões de clima frio e temperado, inclusive nos países desenvolvidos, contrariamente à grande maioria desse tipo de parasitose. Isso ocorre pelo fato da freqüência de banhos ser menos e ao uso das mesmas roupas de banho por dias consecutivos.
Nos países latino-americanos foram registradas as seguintes taxas de infecção da Enterobiose: 48 a 51% no México, 36,5% em Santiago do Chile, 42% em Buenos Aires; 60% em São Paulo e 22,3% no Rio de Janeiro. (REY, 2002).
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