Entendendo a crise na crimeia
19 de Março de 2014•15h41 • atualizado às 15h59
Crimeia: anexação revela impotência ocidental, diz professor
Entenda porque a reintegração da Crimeia é tão importante para a Rússia, mas, ao mesmo tempo, tão "cara" a todos
Mayara Moraes
Nas últimas semanas, o mundo inteiro voltou os olhos para a grave crise política e econômica na Ucrânia e para a ânsia de reintegração da Crimeia à Rússia. Até então, poucos já haviam ouvido falar da república autônoma ucraniana situada ao lado do Mar Negro, muito menos sobre seu passado, durante o qual foi alvo de grandes disputas.
No último domingo, um referendo - considerado ilegal por Kiev e pelos principais líderes ocidentais - foi realizado e a maioria maciça da população da península decidiu por se unir à Rússia. Logo em seguida, na terça-feira, o presidente Vladimir Putin e dois líderes da Crimeia assinaram um tratado para tornar oficialmente a península ucraniana parte da Rússia.
Vladimir Putin em discurso no Kremlin, nesta terça-feira, 18 Foto: AFP
Diversas questões foram levantadas após os recentes acontecimentos: Por que a Crimeia realizou um referendo? De onde vem esse desejo de anexação à Rússia? O que a Ucrânia tem a perder e a Rússia a ganhar com essa anexação? Aliás, será que o país de Vladimir Putin só tem mesmo a ganhar com essa integração? A Crimeia foi ‘dada de presente’ à Ucrânia (então República Socialista Soviética da Ucrânia) pela Rússia (então República Socialista Federada Soviética) em 1954, em comemoração aos 300 anos de amizade entre os dois países. Com o colapso da União Soviética, a Crimeia tornou-se parte da Ucrânia, contra a vontade da população (de maioria russa) que ficou bem ressentida com essa integração. Daí vem o enorme anseio de grande parte da população crimeana por voltar a fazer parte da Rússia.
Os russos se aproveitaram da confusão