15 CAPÍTULO 3 – CARACTERIZAÇÃO DE ARGILAS A constituição do produto cerâmico e as suas características dependem da natureza e da quantidade dos minerais ou compostos químicos presentes e de outros parâmetros próprios da matéria-prima como a granulometria, o comportamento térmico e o comportamento em presença de água. As matérias-primas empregadas na fabricação de peças cerâmicas, ou seja, as argilas são compostas normalmente por diferentes espécies mineralógicas que se misturaram durante o processo de formação. Devido a este fator, suas propriedades dependem da natureza dos minerais presentes, do seu estado de degradação e de suas proporções (BARBA et al, 1997). Assim, caracterizar uma argila é conhecer a variabilidade de suas propriedades, utilizando-se de técnicas comuns (como as usadas para medir propriedades físicas e mecânicas) ou mais sofisticadas (como é o caso da difração de raios-X) (SANTOS, 1975). Existem diversas técnicas que podem ser utilizadas para caracterização de argilas, as mais usuais são: análise química, análise térmica, análise mineralógica através de difração de raios-X, além de propriedades tecnológicas que refletem os resultados do tratamento térmico como a retração linear, porosidade aparente, densidade aparente, absorção de água e resistência mecânica. 3.1 – ANÁLISE QUÍMICA A análise química consiste em determinar a composição de uma matéria-prima, fornecendo os percentuais de óxidos presentes e também os valores de perda ao fogo (EMILIANI & CORBARA, 1999). A análise química pode ser realizada através de métodos químicos ou físicos. Os métodos químicos geralmente são através de reações de precipitação seletiva e reações de formação de complexos corantes. Os métodos físicos podem ser através de espectrofotometria ou ainda por fluorescência de raios-X. Atualmente a fluorescência de raios-X é freqüentemente utilizada para determinar a composição química em materiais cerâmicos por ser um método rápido, preciso e nãodestrutivo. De uma maneira