Ensaio sobre o filme Batman O Cavalheiro das trevas
Este ensaio tem a pretensão de discorrer sobre o filme “Batman O Cavalheiro das Trevas” sob a ótica da psicologia junguiana.
Tarefa esta, que me será árdua, uma vez que conheço apenas esboços de tal teoria, porém o suficiente para me apaixonar.
Terei que empreender uma viagem ao inconsciente coletivo e ao meu próprio inconsciente e para tanto terei que me despir de minhas amarras e de minha armadura.
Cabe aqui uma frase do Coringa: “Aquilo que não nos mata nos torna estranhos”, foi assim que ao longo da vida ganhei uma armadura e devo agora, dela me despir para atender a solicitação do mestre, neste trabalho que não se constituirá apenas como um exercício acadêmico, mas será também uma viagem à alma humana; uma volta instintiva ao “si-mesmo” (self).
À primeira mão, o filme em questão, me parecia apenas uma história em quadrinhos levada à tela do cinema, dando vida ao desenho, representado agora, por atores de carne e osso. E, para prender a minha atenção, tão acostumada à lógica dos fatos e à objetividade, tive que me portar como uma criança que se permite viajar ao mundo da fantasia sem sair da realidade.
Superada, então, as dificuldades de ordem racionais, passei a observar as representações contidas no filme e Gotham City me remeteu a um estado perene de guerra; a luta de todos contra todos; ao mundo contemporâneo, apresentado de maneira exarcebada com sua loucura estereotipada.
Coringa, um psicopata com aparência de palhaço e um sorriso forçado pelas marcas deixadas por uma afiada navalha, protagoniza o “mal”. Ora, por que o palhaço, que é a figura cômica e burlesca de circo, que habitualmente, diverte o público com