Enron
A primeira delas é o padrão financeiro. A Enron podia enganar investidores porque ninguém de fora da empresa poderia imaginar o seu complexo jogo dentro da companhia. A demanda por melhores e transparentes informações vinha sendo cada vez mais resistente por parte de seus executivos. Um contra-senso, uma vez que quanto mais se confia no mercado para atingir eficiência, mais se necessita de uma divulgação financeira transparente e correta. Um ambiente de desregulamentação se torna um local propício para golpes desonestos. Somente os reguladores e órgãos ligados a ele, como os conselhos de contabilidade e finanças, podem forçar empresas a explicar informações embaraçosas e confusas. E eles não fizeram isso com a Enron. Em relação a tal fato, o colapso da Enron é remanescente de uma administração de capital de longo prazo: com malabarismos financeiros que na teoria não falham (mas na pratica não deram certo), operações além dos olhos da lei, que no final acabam prejudicando juntamente investidores e bancos.
Tudo isso lembra um antigo capítulo na história da indústria de eletricidade: a utilização de holdings na bolha dos anos 20. Assim como a Enron, elas operavam além do alcance efetivo da regulamentação. Tais empresas eram nada mais nada menos do que complexas variações dos antigos esquemas de pirâmides organizacionais, inundando o mercado e os investidores com ações. Quando essas pirâmides entraram em colapso, geraram um efeito dominó, ajudando a disseminar a grande depressão. O Congresso teve de agir e ordenou uma regulamentação mais árdua do mercado acionário e do serviços.
A segunda área que precisa de