Emprego Desemprego Discrimina O Um Modelo De Microeconomia Sist Mica

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Emprego, Desemprego e Discriminação – Um Modelo de
Microeconomia Sistêmica
Eleutério F. S. Prado1
1. Introdução
A teoria neoclássica concebe a compra e a venda da força de trabalho como fenômeno que ocorre numa construção chamada de mercado de trabalho, onde interagem e se encontram as decisões individuais de trabalhadores e capitalistas. O salário vigente e o nível de emprego são pensados como eventos que se formam no estado de equilíbrio, o que pressupõem um processo de ajustamento aparentemente – mas só aparentemente – corriqueiro. A rigor, o processo dinâmico que supostamente gera o equilíbrio do mercado nessa teoria vem a ser ilusório, já que as interações entre ofertantes e demandantes de força de trabalho engendram apenas uma dinâmica virtual. Se os preços e as quantidades que aí acontecem são pensados como resultados de equilíbrio, então o mercado enquanto tal – e esta é uma conseqüência lógica – não poderá estar ou ficar efetivamente fora de equilíbrio. A teoria neoclássica chega a chamar, então, os preços impossíveis de ocorrem fora do equilíbrio de preços falsos. Eis que essas suposições mantidas no plano teórico sustentam-se numa crença pouco sólida segundo a qual os mercados reais estão quase sempre muito próximos das situações de equilíbrio. Aqui, contraditando essa tradição, pensa-se o mercado de força de trabalho como subsistema social que se encontra sempre fora e distante do equilíbrio (Brian Arthur, 2002).
De qualquer modo, da racionalidade instrumental de agentes econômicos plenamente informados e maximizadores, a teoria neoclássica tira a racionalidade coletiva do sistema econômico, o qual é enxergado especialmente como lugar em que ocorrem as transações de mercadorias. Nos mercados onde se tramam as relações de troca comparecem proprietários privados, iguais entre si nesse aspecto, os quais buscam o seu auto-interesse autonomamente.
É por isso que o mercado dito de trabalho é tão importante nessa teoria. O trabalhador figura aí como livre

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