Empreededorismo
O prédio de quatro andares em um beco não asfaltado em São Cristóvão, no centro do Rio de Janeiro, abriga uma pequena empresa cujo faturamento dobra a cada dois anos e que abrirá seu primeiro escritório no exterior em 2005. A PipeWay Engenharia Ltda. é única empresa brasileira e uma das seis no mundo que presta serviços de inspeção de dutos de óleo e gás, para empresas como a Petrobras e a TBG, operadora do gasoduto Brasil-Bolívia. O presidente da empresa, José Augusto Pereira da Silva, é um doutorando em engenharia que, ao longo de seis anos, estudou a construção de equipamentos de inspeção nos laboratórios da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, com o apoio do Centro de Pesquisa da Petrobras.
Para vasculhar os dutos, as empresas de inspeção como a Pipeway utilizam ferramentas de alta tecnologia, que percorrem a tubulação junto com o material transportado e armazenam em chips as informações sobre o estado dos dutos. Esses equipamentos podem ficar até 60 horas nos dutos e, porque sempre saem sujos, são chamados de pigs (“porcos”, em inglês). No final do trajeto, os pigs são recolhidos; a partir das informações recolhidas, as empresas elaboram relatórios técnicos. De posse desses dados, uma companhia petrolífera pode, por exemplo, evitar vazamentos, o que acarretaria a interrupção da produção e altos prejuízos.
“O pig é a melhor ferramenta para se determinar o estado real de um duto”, atesta Lino Moreira, gerente de tecnologia de dutos e terminais da Transpetro, subsidiária da Petrobras e uma cliente da PipeWay. “É como o cateterismo, que permite conhecer o estado das veias de uma pessoa”, compara. Segundo o técnico, a inspeção deve ser feita a cada dois ou cinco anos, dependendo do tipo de material e das condições da tubulação. O Brasil tem mais de 15 mil quilômetros de dutos. Um terço dessa rede está em áreas de maior risco e