Empirinismo
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Um dos grandes problemas enfrentados por filosofias empiristas da ciência diz respeito à natureza semântica dos conceitos e enunciados presentes nas teorias científicas bem sucedidas. Pois, considerando que empiristas em geral não admitem que aquilo que é designado pelo conceito e pelo enunciado possa extrapolar os limites da experiência sensível; e considerando, em segundo lugar, que também em geral os conceitos e enunciados científicos extrapolam tal âmbito fenomenalista; segue-se que concepções empiristas de ciência se revelam defeituosas no que diz respeito à apreciação filosófica dos conceitos e enunciados científicos. Assim, ou empiristas devem se restringir a aceitar conceitos e enunciados que designem tão somente o que podemos observar (e com isso, na prática, abandonar de vez qualquer pretensão de compreender o conhecimento científico) ou deveriam então aceitar que os conceitos e os enunciados possam ser compreendidos como designações de ocorrências não diretamente experienciáveis, mas nem por isso menos reais ou significativos. Portanto tudo indica que o problema empirista da aceitação dos conceitos e enunciados científicos, na forma da disjunção acima, ou o conduz a não explicar adequadamente o conhecimento científico ou o conduz a deixar de ser um empirista. Diante deste problema, várias alternativas empiristas têm sido propostas ao longo da história do empirismo na filosofia da ciência: instrumentalismo; justificacionismo; naturalismo; construtivismo etc.E cada uma delas possui seus méritos e problemas internos peculiares. Uma outra alternativa é o holismo: concepção segundo a qual os conceitos e enunciados científicos não podem ser apreciados como uma unidade semântica básica; ao invés, deve ser compreendido o papel que este conceito ocupa na rede teórica a partir do qual é formulado e proposto. Esta alternativa holística se apresenta como um instrumento teórico importante para os empiristas pois, por meio dele, é possível deslocar a discussão do