emilie dirkheim

6199 palavras 25 páginas
Contextos Cooperativos e Aprendizagem Profissional:
A Formação no Movimento da Escola Moderna Sérgio Niza

“Não existe o professor, existem 850 000 pessoas que ensinam e cada uma delas é a sua biografia”. É a afirmação de um inspector do ensino em Itália publicada no diário La Repubblica de 20 de Setembro de 1998. Adaptados os números, tal poderia reflectir a realidade dos professores portugueses ainda hoje. É, com efeito, este isolamento de cada professor em relação aos outros professores do mesmo nível de ensino e, também, dos de outros níveis, que faz com que os professores não recorram habitualmente a formas sociais e compartilhadas de construção das suas competências profissionais.
Para contrariar a postura solitária dos docentes que tanto empobrece o seu desenvolvimento e atenta contra a sua saúde, vem-se privilegiando a criação de espaços e momentos de trabalho partilhados nas escolas ou a organização voluntária de associações de professores assumidas por estes profissionais como verdadeiras comunidades de práticas que mobilizam estruturas cooperativas de trabalho para socialização, construção e desenvolvimento de uma cultura profissional.
As comunidades de práticas profissionais costumam definir-se como “um conjunto de relações duradouras entre pessoas, actividades e mundo, em conexão e parcial sobreposição com outras comunidades de práticas” (Lave y Wenger, 1991). Como lembra Eckert (1993), “nas comunidades de práticas as relações sociais criam-se em torno das actividades e estas ganham forma através das relações e dos conhecimentos e experiências concretas que fazem parte da identidade individual e passam a partir daí a ocupar uma posição na comunidade” pela partilha que assegura o vínculo da aprendizagem da profissão a uma comunidade de práticas profissionais.
A comunidade de práticas é, portanto, o contexto social em que tem lugar a aprendizagem através das trocas que asseguram os progressos no trabalho. E, lembra Stuky (1995) que “as

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