Embrapa (2004) Comunicado 61
ISSN 1517-4786
Outubro, 2004
São Carlos, SP
Foto: Valentim Monzane
Validação de 3 Equipamentos de TDR (Reflectometria no
Domínio do Tempo) para a
Medida da Umidade de Solos
Carlos Manoel Pedro Vaz1
Edson Eiji Matsura2
Pablo Vidal Torrado3
Osny Oliveira dos Santos Bacchi4
Resumo
A técnica da reflectometria no domínio do tempo
(TDR) tem sido mundialmente utilizada para a determinação da umidade e condutividade elétrica dos solos, em substituição às técnicas de moderação de nêutrons e gravimétricas. As principais vantagens da TDR são a não utilização de radiação ionizante, a possibilidade de automação das análises, a multiplexação de diversas sondas num único equipamento e a pouca influência da textura e da densidade do solo na determinação da umidade. No Brasil, a TDR tem sido ainda relativamente pouco utilizada, sendo mais comum o uso das técnicas gravimétricas e a sonda de nêutrons. As principais dificuldades são o pequeno número de equipamentos disponíveis e a ausência de informações quanto à resposta da TDR nos nossos solos. Os solos altamente intemperizados, com presença de altos teores de óxido de ferro e minerais magnéticos e baixos teores de matéria orgânica pode influenciar na resposta da TDR.
O princípio da medida da umidade do solo pela técnica da TDR foi pioneiramente introduzida por Davis e
Chudobiak (1975) e implementado e validado por Topp et al. (1980). O funcionamento da TDR para a medida da umidade é baseado na medida da velocidade de propagação de ondas eletromagnéticas em uma guia de
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onda metálica (sonda) inserida no solo. O equipamento mede o tempo de trânsito (t) das ondas eletromagnéticas na sonda, o qual é dependente da constante dielétrica do solo (e) através da seguinte equação:
t=L e c
onde L (m) é o comprimento da sonda e c (m s-1) é a velocidade da luz.
A constante dielétrica medida para um solo é uma média ponderada das constantes dielétricas das frações dos componentes