ELEMENTOS EXPRESSIVOS DA LINGUAGEM VISUAL
A linha cria uma dimensão no espaço, ela é vista como portadora de movimento direcional. Qualquer elaboração formal que façamos com a linha terá, necessariamente, caráter rítmico. Modulando-se as velocidades das linhas, modula-se o fluir do tempo. Nas configurações lineares, o tempo é visto desenrolar-se dentro de um mínimo de espacialidade. Essas qualificações de espaço constituem o clima expressivo da linha.
Na organização espacial da superfície percebemos as duas dimensões altura e largura. Essas são de tal maneira integradas que uma não pode ser vista sem a outra, cada uma prendendo a outra no espaço. Assim as linhas não podem mais correr ficando presas à área que contornam. Quanto mais as duas dimensões se compensarem proporcionalmente, tanto mais diminui o movimento visual. Naturalmente, se uma das dimensões prevalecer visualmente, um certo movimento poderá se reestabelecer para a área toda, impulsionando-a na direção dominante. Anota-se, portanto, o seguinte efeito característico para as superfícies: reduzindo-se o movimento visual, reduz-se o fluir do tempo. Nas superfícies fechadas, o movimento se estabelece ao longo das margens. Isso não será possível nas superfícies abertas. Nelas, a matéria é mais transparente e mais indefinida por não haver contornos que condensam o espaço interior da área. As superfícies abertas serão por isso menos móveis do que as fechadas, estando imobilizadas precisamente naquela faixa que corresponderia à margem, pois lá se interpenetram os espaços interno e externo.
Em configurações de volumes sempre reencontramos os elementos linha e superfície que passam a desempenhar novas funções sem perderem a identidade espacial própria ou as funções anteriores (portadoras de movimento ou contornos). As linhas individuais assinalam agora limites comuns entre áreas vizinhas unindo-as ao mesmo tempo que as separam e, indicando em que lugar precisamente ocorre uma mudança de direção nas várias