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BALANÇO CRÍTICO DA SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA NO ESTADO DE SÃO PAULO E A PROPOSIÇÃO DE UMA FRENTE PROGRAMÁTICA DE INVESTIGAÇÃO (GONÇALVES)
Mendes & Oushiro e Gonçalves citam em seus textos o quanto ainda são escassos os estudos variacionistas sociolinguísticos da variedade do português paulista e da fala do dialeto caipira, tanto na capital como no interior, comparado com as outras variedades de fala como a carioca, a gaúcha, a mineira etc. Estes primeiros autores apresentam questões-chaves que dão ao leitor exemplos da forma metodológica-científica para se coletar dados em entrevistas nas pesquisas do dialeto paulistano, contrastando a fala dos indivíduos com a multicultura que se apresenta em uma sociedade tão diversificada como a da capital paulista. Considera-se neste método seis parâmetros mais relevantes dentre a comunidade: sexo/gênero, faixa etária, escolaridade, classe social, região da cidade e geração da família na cidade. E ainda é importante analisar se certos fenômenos linguísticos encontram-se em variação estável ou em mudança no português paulistano, além de avaliar diferentes graus de prestígio ou de estigma de certas variantes. Há uma grande significância em relação à variante sexo/gênero, além da escolaridade que causa um grande impacto nas pesquisas linguísticas. Uma marca linguística da diferença entre homens e mulheres está na forma de elaborar perguntas e uma diferente estrutura sintática para um mesmo tipo de discurso, por exemplo. Outra variável que correlaciona os graus de prestígio é a faixa etária, que se baseia no conceito de mudança em tempo aparente e na hipótese de que é possível estudar mudanças linguísticas na comparação da fala de pessoas de diferentes idades. Mas, tais variáveis não se distinguem parcialmente a cidade de São Paulo de outras, considerando tão somente a variedade histórica, cultural e social.