Na obra A Sociedade do Espetculo, Debord apresenta 221 teses que remetem s diversas formas em que a realidade pode se constituir como espetculos que podem ser usados tanto para a manuteno das ordens seja cultural, econmica, social, poltica etc. previamente estabelecidas, como para a inverso ou modificao destas. Na tese de abertura, o autor afirma que Toda a vida das sociedades nas quais reinam as modernas condies de produo se apresenta como uma imensa acumulao deespetculos. Tudo o que era vivido diretamente tornou-se uma representao. (p. 13) Partindo desta perspectiva, as imagens que se apresentam e se destacam na vida, se constituem como um pseudomundo, isto , as imagens possuem uma realidade prpria que acabam por encerrarem-se na construo de diversas realidades que se entrecruzam em um movimento dinmico. Assim, o espetculo unifica a sociedade, onde O espetculo no um conjunto de imagens, mas uma relao social entre pessoas, mediadas por imagens (p. 14), onde se utilizam significantes sinais presentes na produo dominante. Dessa maneira, o espetculo pode inverter o real no de forma abstrata, mas no seu desdobramento, acabando por constitu-lo em produto, isto , real, mesmo sendo abstrato. Segundo o autor, na sociedade em que se convive coetaneamente com a indstria moderna, o espetculo inicia-se nele e encera-se nele mesmo, transformando o espetculo na principal produo da sociedade atual (p. 17). Segundo o autor, na fase inicial da economia h um desdobramento de definies sociais onde oserperde espao parater. J na contemporaneidade, oterperde espao para legitimar oparecer, transformando imagens em realidade social, sendo, portanto, uma reconstruo material da iluso religiosa (p. 19) e trazendo a tona a necessidade de sonhar e nesse mundo de sonho, o sistema econmico separa o trabalhador de sua produo, acarretando uma produo circular de isolamento. De fato, o cotidiano das saciedades modernas est pautado em pelo menos dois registros os comportamentos e os benefcios