Economia

3413 palavras 14 páginas
Economia de Mercado ou de comando?
No caso do Brasil, o Estado se apropria de cerca de 40% de tudo que a sociedade produz. O Estado consome parcela significativa da poupança disponível, a tributação retira mais de 50% do faturamento das grandes empresas, dificultando a autocapitalização e, em compensação, reserva-se ao BNDES o papel de financiar o setor privado, escolhendo os grupos que podem ser beneficiados com os créditos subsidiados, estimulando a concentração empresarial em alguns segmentos. O governo concede incentivos fiscais específicos para alguns produtos ou setores, escolhendo os beneficiados – não por critérios macro econômicos, mas intervindo no direcionamento da economia segundo seus objetivos, substituindo-se ao mercado. A cada dia, observamos intervenções pontuais na atividade privada, seja por meio de agências reguladoras, como a ANVISA, por legislação aprovada pelo Congresso ou por órgãos públicos, como o Ministério do Trabalho com a absurda exigência do ponto eletrônico. Quando lemos nos jornais entrevistas de autoridades "dando recados ao setor privado" ou até mesmo ameaçando os empresários, fica a sensação de que o regime em vigor não pode ser considerado economia de mercado, mas um sistema de "capitalismo consentido", em que os empresários são livres para fazer tudo o que o governo permitir. Segundo entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deu um mês "para os banco privados reduzirem as taxas mais altas de juros em 30% a 40%", acrescentando que "vai cobrar" a medida. O ministro afirmou ainda que "haverá fiscalização para evitar que as instituições financeiras compensem os juros menores aumentando as tarifas cobradas dos clientes". É evidente que todos desejamos – e esperamos – redução das taxas de juros, e que os bancos não elevem as tarifas; mas, em uma economia de mercado, não é pelo controle do governo que se busca atingir esse resultado. O temor se justifica ainda mais

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