economia
Dentre todas as quedas que a economia enfrenta, a do BC é tão ou mais indesejável como as outras. Não é do prédio que estou falando. É da credibilidade, da eficiência, da autonomia e, principalmente, do debate. A discussão sobre o poder que se deve dar ou não ao Banco Central do Brasil ganhou força no debate travado entre as duas candidatas à Presidência da República: Dilma Rousseff e Marina Silva.
O modelo macroeconômico adotado pelo Brasil há 15 anos prevê que é o governo quem define as metas de inflação a serem alcançadas pelo BC. O instrumento mais empregado é a taxa de juros básica da economia, que regula o “valor” do dinheiro e equilibra as forças da demanda dos consumidores e da oferta de produção.
Quanto mais reconhecido por todos como um ente capaz de preservar a moeda e o poder de compra dos trabalhadores, independentemente do desejo de um ou outro governante, mais eficiente tende a ser a condução da política monetária. Afinal, a moeda de um país é uma de suas maiores instituições, não é propriedade de nenhum partido ou governo. É um erro, e também um perigo, inserir no debate sobre a condição do BC a noção de que a “independência” do governo o faria refém dos “bancos” e traria mais juros e desemprego.
A experiência internacional não deixa dúvidas sobre os benefícios da adoção de um BC independente, com mandatos fixos para seus diretores, não coincidentes com eleições gerais. Nem precisamos ir longe para mostrar um caso de sucesso. O Chile adotou esse modelo há anos, juntamente com o sistema de metas para inflação, e se tornou o país de maior crescimento e equilíbrio econômico da América do