Economia
Sob o peso da economia mundial adversa e dos importados, o setor naufraga e arrasta a balança comercial por Carlos Drummond — publicado 27/06/2014 04:15 inShare
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GEPR Manufaturados
A causa principal da situação adversa é a crise mundial, que reduziu as exportações brasileiras e aumentou a disputa externa pelo mercado doméstico
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Fragilizada por décadas consecutivas de políticas equivocadas ou insuficientes e crises econômicas, a indústria brasileira cambaleia. Atingida por três quedas trimestrais consecutivas do valor agregado, de -0,1%, -0,2% e -0,8% entre outubro de 2013 e março deste ano, sofreu mais um baque. Em abril, a produção industrial brasileira recuou 0,3% comparada à de março, segundo o IBGE. Há uma “crise manifesta no fraquíssimo e titubeante desempenho de seu setor nuclear, o de intermediários e retração de seus segmentos mais dinâmicos, de bens de capital e de duráveis”, diagnosticou o Iedi, think tank do setor. “Três trimestres de queda é recessão.”
Comparado à situação de um ano atrás, o quadro é “desastroso”, avalia o economista Julio Gomes de Almeida, professor da Unicamp e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. A queda na indústria em geral chegou a 5,8% e, em bens de capital, a quase 15%. Os setores de máquinas e equipamentos, vestuário, calçados e têxteis perderam entre 15% e 25% de produção para produtos importados. Em informática e produtos eletrônicos, máquinas e aparelhos elétricos, metalurgia e veículos, o recuo ficou entre 10% e 15%. As indústrias farmacêutica, de produtos químicos, celulose e papel e alimentos mantiveram uma “situação vegetativa” e só perfumaria, produtos de limpeza e bebidas