Economia
Pode-se dizer que a questão do desemprego, a partir dos anos 30, permitiu um aprofundamento da análise macroeconômica. Surgiu o livro de John Maynard Keynes - Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda -, em 1936, que forneceu aos governantes os instrumentos necessários para que a economia recuperasse seu nível de emprego potencial ao longo do tempo.
Deve-se salientar que antes da crise mundial dos anos 30, a questão do desemprego não preocupava a maioria dos economistas, pelo menos nos países capitalistas. Isso porque predominava o pensamento liberal, que acreditava que os mercados, sem interferência do Estado, conduziriam a economia ao pleno emprego de seus recursos, ou a seu produto potencial: milhões de consumidores e milhares de empresas, como que guiados por uma "mão invisível", determinariam os preços e a produção de equilíbrio, e, desse modo, nenhum problema surgiria no mercado de trabalho.
De fato, desde a Revolução Industrial, em fins do século XVIII, até o inicio do século XX, o mundo econômico parece ter funcionado mais ou menos assim. Entretanto, a evolução da economia mundial trouxe em seu bojo novas variáveis, como o surgimento dos sindicatos de trabalhadores, os grupos econômicos e o desenvolvimento do mercado de capitais e do comércio internacional, de sorte a complicar e trazer incertezas sobre o funcionamento da economia. A ausência de políticas econômicas levou à quebra da Bolsa de Nova York em 1929, e uma crise de desemprego atingiu todos os países do mundo ocidental nos anos seguintes.
Com a contribuição de Keynes, contudo, fincaram-se as bases da moderna Teoria Macroeconômica, e da intervenção do Estado na economia de mercado. Na verdade, Keynes praticamente inaugurou uma questão da Macroeconomia que perdura até hoje, qual seja, qual deve ser o grau de intervenção do Estado na economia e em que medida ele deve ser produtor de bens ou serviços. A corrente dos economistas liberais (hoje neoliberais) prega a saída do