Economia
A análise dos adjetivos desenvolvido e subdesenvolvido atribuídos ao substantivo país requer um cuidado especial. O acréscimo do prefixo –sub confere ao termo subdesenvolvido o sentido de algo que se encontra em posição inferior, hierarquicamente abaixo daquele classificado como desenvolvido. Pressupõe, inclusive, a ideia de que, trilhando caminhos semelhantes aos de países desenvolvidos, uma nação subdesenvolvida pode, cumprindo louváveis metas de ordem e progresso, perder esse incômodo prefixo e alcançar um degrau superior na cadeia evolutiva das nações.
Entretanto, um estudo mais cuidadoso dos processos que configuram a formação desses países revela que tais adjetivos foram se conformando com base em uma íntima relação; um não precede ao outro, portanto. Configuram-se concomitantemente e, à medida que tais atributos vão se moldando e se solidificando, mais o prefixo –sub se amalgama ao vocábulo e acentua o seu significado. Muitas vozes contribuíram para que se descortinasse essa verdade. Foram os estudiosos da CEPAL os responsáveis por dar volume e clareza a esse fato. A voz nacional de maior destaque é, sem dúvida, o renomado economista Celso Furtado.
Definido por Maria Conceição Tavares como um intelectual radical, Furtado analisa a fundo o que chamou de “mito do subdesenvolvimento”. Ao estudar as dinâmicas das estruturas, Furtado demonstra como os moldes nos quais a economia subdesenvolvida está forjada reproduzem internamente o seu subdesenvolvimento. O modo como essas economias foram juntamente se constituindo deriva das relações internacionais de comércio que o crescimento econômico trazido pela Revolução Industrial proporcionou. Elucidando tal fato, Oswaldo Sunkel, em seu livro O marco histórico do processo desenvolvimento-subdesenvolvimento, analisa de que maneira a economia dos países ditos centrais, liga-se e