A presente crise econômica mundial força as instituições financeiras e outras a produzirem diagnósticos e análises prospectivas do funcionamento do mercado e seus desdobramentos. Estes diagnósticos e análises tocam os mais variados produtos e insumos mostrando os elementos que configuram os pontos positivos e negativos, gerando cautelas e indicando atenções especiais. Em conseqüência muitos ajustamentos são feitos nos funcionamentos empresariais com adequações que incidem sobre a vida dos cidadãos todos, atingindo particularmente os que já estão em situação de maior fragilidade social. Assim, quem tem o poder do dinheiro ou transita com propriedade nas suas esferas calcula, define, escolhe, fica na espreita, aposta e busca os caminhos que permitam a garantia de seu equilíbrio e crescimento. Todo esse movimento complexo e variado se faz com o olhar fixado num centro complexo de controle e determinações de onde parece emanar o que pode definir a superação da crise econômica. São incertezas que pairam nos ares. Neste momento e neste horizonte da crise não pode faltar a iluminação que vem da relação entre moral e economia. O que é próprio da composição técnica da economia não pode prescindir desta iluminação que vem da relação intrínseca entre moral e economia. A Doutrina Social da Igreja sublinha que a atividade econômica e o comportamento moral se compenetram intimamente. Não pode faltar no conjunto das diagnoses e análises este componente de caráter moral. A crise toca a materialidade de funcionamentos e produtos. Mas, tem também um enraizamento profundo na dimensão moral. Ora, se é verdade que existe uma clara distinção entre economia e moral, não é verdade que existe uma separação entre estes dois âmbitos. Há, na verdade, uma reciprocidade entre eles. É lamentável que as vozes que se levantam a partir do âmbito moral não sejam ainda suficientemente fortes para convencer os atores deste cenário a levarem em conta as implicações morais que subjazem em toda esta