Economia
A crise financeira que eclodiu na economia americana em 2008 foi bancária e ocorreu no centro do capitalismo. A causa direta da crise foi a concessão de empréstimos hipotecários de forma irresponsável, para credores que não tinham capacidade de pagar ou que não teriam a partir do momento em que a taxa de juros começasse a subir, como de fato aconteceu. Agravada pelas irresponsáveis "inovações financeiras" para securitizar os títulos podres transformando-os em títulos AAA, ou seja, títulos da mais alta qualidade, praticamente sem risco algum de inadimplência.
Tratou-se não apenas de uma crise de crédito clássica, como a oriunda do somatório dos prejuízos potenciais (correspondente aos empréstimos concedidos com baixo nível de garantias) e sua distribuição já seriam conhecidas, enquanto que na configuração dos sistemas financeiros, os derivativos de crédito e os produtos estruturados lastreados em crédito imobiliário replicaram e multiplicaram tais prejuízos por um fator desconhecido e redistribuíram, globalmente, os riscos deles decorrentes para uma grande variedade de instituições financeiras.
Com a falência do banco de investimentos Lehman Brothers nos Estados Unidos, houve uma incerteza sobre a veracidade de alguns bancos e empresas, colocando em xeque a arquitetura financeira internacional, na medida em que explicitou as limitações dos princípios básicos do sistema de regulação e supervisão bancária e financeira em vigor e, além disso, os aplicadores precisaram resgatar investimentos para cobrir prejuízos com a crise. Investidores de todo mundo passaram a tirar as aplicações de ações de empresas, de bancos e de títulos de governos, inclusive o do Brasil.
Como o sistema financeiro é interligado em todo mundo, a baixa liquidez refletiu, em primeiro lugar na falta de dinheiro disponível no Brasil para a concessão de crédito tanto para as empresas quanto para os consumidores
A crise começou com a venda de subprimes (crédito