Economia
Os anos do milagre
Desde 1968, a economia brasileira atravessou três períodos muito distintos. No primeiro deles, o do "milagre" econômico, o país cresceu a uma velocidade que, hoje, só é vista na China Darcy Trigo | GURU DE PRESIDENTES
Em 1968, Delfim era ministro da Fazenda.
Hoje, é o principal conselheiro econômico de Lula |
O manda-chuva da economia era Antonio Delfim Netto. Ele comandou o Ministério da Fazenda entre 1967 e 1974, durante o "milagre" econômico, quando o produto interno bruto do país cresceu à incrível média de 10% ao ano. Como o Brasil não dispunha de poupança interna, o crescimento foi financiado por empréstimos internacionais. Essa política tirou a indústria nacional da idade das trevas, mas, juntamente com a primeira crise do petróleo, em 1973, foi o germe das sucessivas crises da dívida externa que castigaram o país nos anos 80. Delfim viu-se duramente atacado pelos esquerdistas devido aos ajustes recessivos que promoveu para gerenciar a inflação. Quarenta anos depois, a esquerda se rendeu a ele: mesmo sem ocupar cargo público, Delfim tornou-se um dos mais influentes consultores do governo Lula. | Entre 1968 e 2008, o Brasil teve uma inflação acumulada de 970 000 000 000 000% (970 trilhões) | |
DNER/Helcio | ATOLEIRO
Uma das frentes de trabalho da Transamazônica: esforço épico para um resultado pífio |
As grandes obras O "Brasil Grande Potência" preconizado pelos governos militares baseava-se na construção, com dinheiro público, de projetos grandiosos de infra-estrutura. Nesse período, começaram as obras da Ponte Rio–Niterói, da usina de Itaipu e da Rodovia Transamazônica. Um dos objetivos dessa última era estimular a ocupação da floresta. A estrada foi aberta, mas nunca recebeu asfalto no trecho de selva. Quando chove (o que não é raro por lá), a travessia fica impraticável. Por causa da enorme complexidade do projeto, o governo desistiu da idéia inicial de levar a rodovia até o Peru. De