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784 palavras
4 páginas
O livro Morte e vida de grandes cidades, de Jane Jacobs, se baseia em questionar o desenvolvimento do planejamento urbano nas cidades e os princípios de reurbanização em contrapartida às questões de natureza sócio-econômicas. O seu foco principal decorre do indispensável conhecimento sobre o funcionamento e necessidades das cidades para, com isso, acumular informações em prol das diretrizes coerentes para o planejamento urbano.A cidade é um grande cenário de vivências, das relações de poder, diferenças sociais, arquitetônicas, de paisagens e da falta de respeito com o principal personagem, o indivíduo enquanto cidadão. No seu relato, há uma crítica evidente em relação à função, uso e ocupação das construções, atrelado a infra-estrutura, que não valoriza a escala humana, com um crescimento urbano indiferente às necessidades de cunho social.
Jacobs afirma que há um mito em relação a dinheiro suficiente para erradicar todos os problemas de uma cidade, desde a eliminação dos cortiços até a solução de problemas de infra-estrutura. Mas o capital disponível é empregado de forma incoerente e, principalmente, sem respeito à preexistência e aos valores sociais desfavorecendo sempre os mais necessitados de lazer, moradia e mobilidade.
“O raciocínio econômico da reurbanização atual é um embuste”, afirma Jacobs. É um engano, pois mesmo sabendo que as favelas e outras habitações ou bairros precários são considerados parte integrante das cidades, os órgãos superiores desenvolvem uma prática de reurbanização que ainda não suprem as necessidades mais urgentes da população.
Para a autora, a cidade é um grande papel rascunho, onde a teoria deveria ser posta em prática, analisada, encontrando possíveis erros e fracassos para serem melhoradas, mas não é isto que acontece. Os especialistas e estudiosos não conseguem interpretar os gritos de desespero de uma sociedade que vive em cidades cheias de erros e insultos, conseqüentemente, as cidades passam a ser não funcionais.