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Resumo
No final dos anos 1950 e início dos anos 1960 o Brasil adotou três planos de estabilização gradualistas, que se afastavam da estratégia proposta pelo FMI que privilegiava um tratamento de choque. Este artigo descreve os planos gradualistas e seus resultados, e analisa se havia um padrão entre eles.
Abstract
In the late 1950s and beginning of
the 1960s Brazil adopted three gradualist
stabilisation plans, instead of following the shock treatment of a typical IMF supported plan. This article describes the plans and their results, and analyse whether or not there was a pattern between.
Introdução:
No final dos anos cinqüenta e início dos anos sessenta, foram implementados no Brasil planos de estabilização denominados gradualistas, que se baseavam na idéia de que o combate à inflação não deve envolver recessão. Essa estratégia envolvia políticas monetária e fiscal menos rígidas do que aquelas presentes em um plano de estabilização baseado no tratamento de choque apoiado pelo FMI, e supunham que o país poderia estabilizar os preços sem incorrer nas violentas quedas na taxa de crescimento que caracterizavam os choques deflacionários.
Durante todo o período que se estende de 1958 a 1967, o gradualismo foi a principal diretriz dos mais importantes planos de estabilização brasileiros. Foi empregado pela primeira vez no Programa de Estabilização Monetária (PEM) de 1958, durante a presidência Juscelino Kubitschek. Em seguida, reapareceu no Plano Trienal
(1962) durante o mandato presidencialista de João Goulart e constituiu o cerne do
Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG) de 1964 na ditadura militar.
A idéia de combater a inflação sem provocar uma recessão não era uma novidade no período pós-guerra, estando alinhada com a teoria econômica e a política econômica da época – mas para uma inflação relativamente baixa. O que foi diferente nos planos brasileiros foi o fato de