doutrina de bush
O marco cronológico adotado está intimamente relacionado ao esfacelamento do bloco soviético. E a lógica de tal escolha está contida na percepção de que: personagens expressivos em diversos campos da sociedade, tais como a política e a produção do conhecimento acadêmico, começaram a relacionar o findar da URSS à uma mudança, no foco das deliberações, acerca dos anteparos, que têm (ou teriam) de ser reformulados ou criados, para se evitar o alargamento do contingente de excluídos e/ou sub-incluídos que circundam ilhas de prosperidade.
No setor político a figura emblemática, para se perceber a importância do colapso da URSS, é o presidente norte-americano George Bush que anunciava, desde sua eleição em 1988, o início de uma “Nova Ordem Mundial”, ou seja, a política estadunidense poderia implementar seu domínio sem a preocupação de que, com isso, entrasse em atritos com os soviéticos. Tal preocupação era pertinente visto que, mesmo a União Soviética tendo deixado de ser um perigo revolucionário há alguns anos, países que não gravitavam, por escolha própria ou por imposição, na órbita de influência americana, tinham, na URSS, um símbolo da existência de alternativas.2
Entre os intelectuais, um dos primeiros a problematizar o novo contexto geopolítico foi Francis Fukuyama que teorizou a impossibilidade da evolução ideológica com a derrota tanto do fascismo quanto da URSS. Contudo tal teoria só encontra aplicabilidade no