Doenças Ocupacionais e o Ambulatório de Doenças Profissionais - ADP
No Brasil, informações sobre morbimortalidade em saúde do trabalhador são geradas ainda de forma limitada, fragmentada e heterogênea. Levantamentos estatísticos oficiais não retratam o quadro real de como adoecem os trabalhadores. Há subnotificação importante no registro do número de acidentes do trabalho e de doenças profissionais no Brasil. No que se refere mais especificamente às doenças profissionais, a despeito de persistir a subnotificação, pode-se detectar que vem ocorrendo aumento significativo do seu registro. Tal fato é explicado basicamente pelo aumento da oferta de serviços de saúde do trabalhador na rede pública de saúde e pelo melhor acesso à informação do trabalhador e da população em geral, com referência ao tema saúde e trabalho.
A doença ocupacional é descrita desde os tempos antigos. Hipócrates descreveu o quadro clínico da intoxicação saturnina; Plínio, o aspecto dos trabalhadores expostos ao chumbo, ao mercúrio e a poeiras; Agrícola escreve sobre a “asma dos mineiros”, hoje denominada silicose e Paracelso, a intoxicação pelo mercúrio. Quase dois séculos mais tarde, em 1700 foi publicado “De Morbis Artificum Distriba”, escrito por Bernardino Ramazzini, conhecido como “Pai da Medicina do Trabalho”, descrevendo doenças de aproximadamente 50 ocupações.
A "Revolução Industrial" (1760 - 1850) teve papel de destaque na mudança das condições de vida social e de trabalho. As condições de trabalho eram péssimas, as doenças e os acidentes eram numerosos, não havia limites na jornada, ultrapassando dezesseis horas de trabalho por dia, o ambiente era fechado e as máquinas sem qualquer proteção. Além disso, disseminaram-se também as doenças infectocontagiosas.
Os trabalhadores na execução de suas atividades laborais diárias encontram-se expostos á diversos riscos ocupacionais causados por fatores químicos (utilizados nas indústrias, podem causar danos à saúde), físicos (ruído,