Doença falciforme em mulheres
RESUMO
A doença falciforme é uma das doenças hereditárias mais comuns no Brasil, principalmente em Salvador/BA por acometer predominante a população negra. A crise de dor é uma das principais manifestações da doença e é modulada por diversos fatores (sociais, emocionais e espirituais). A mulher e os negros vítimas de preconceito sofrem descaso na sociedade e nos serviços de saúde, sendo de extrema importância a abordagem da relação do preconceito com o conhecimento, tratamento e exacerbação da dor na doença.
Palavras Chave: Doença falciforme, Dor, Preconceitos.
INTRODUÇÃO
A doença falciforme foi originada na África por uma mutação no gene da hemoglobina que ocorreu como um mecanismo de adaptação humana para sobreviver às epidemias da malária no continente Africano. Com a migração forçada dos negros por conta da escravidão, a doença falciforme se espalhou pelo mundo.
No Brasil, um país predominantemente negro, a doença falciforme é bem presente, principalmente na cidade de Salvador/Bahia.
A doença falciforme é uma das doenças hereditárias mais comuns no Brasil e constitui-se num grupo de alterações genéticas caracterizada pela hemoglobina Hb S. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, p11)
Essas alterações genéticas modificam as hemácias que deveriam ser arredondadas, flexíveis e com aproximadamente 120 dias de vida. No entanto, na doença falciforme são em formato de foice, rígidas e com tempo de vida reduzido para em média 20 dias.
O formato falcêmico da hemácia prejudica o fluxo sanguíneo, a oxigenação e todo o metabolismo corporal. Dessa forma, essas pessoas sofrem com diversos sinais e sintomas, como a icterícia, vaso-oclusões, úlceras de perna e crises de dor.
As crises de dor, presente em todas as faixas etárias das pessoas com doença falciforme é multidimensional e modulada em grande parte por problemas de vulnerabilidade