Do Cabere ao LAr - Cap III - Margareth Rago
579 palavras
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III. A PRESERVAÇÃO DA INFÂNCIAO capitulo destaca o poder médico na vida pública e privada da infância na sociedade do século XIX e início do século XX. Os médicos preocupados com a taxa de mortalidade infantil, e do menor abandonado passam a se considerar como ponto principal do corpo social, a serem conselheiros familiares, autoridades competentes, visando produzir uma nova família e o futuro cidadão. Nasce toda uma produção de saberes científicos voltados para infância.
A pediatria é introduzida na Faculdade, surgem as primeiras instituições de proteção e profissionalização, escolas femininas e masculinas, escolas para crianças operárias nas proximidades das fábricas. E todo esse interesse vem de formar “cidadãos disciplinados para não ameaçar a ordem social. Tentam encontrar uma solução para evitar o despovoamento da nação e formar futuros operários, cidadãos alienados. A proteção a criança significava também evitar a formação de adultos descontentes e rebeldes, incutindo-lhes os valores burgueses, a moral burguesa. Ocupar a criança, o tempo livre, evitar a vadiagem, adestramento de corpos e do espírito, uma disciplina sutil e controlada “quase militar”.
Especialistas apresentam novos modelos pedagógicos, modelos europeus, “mais civilizados”, mais “inteligentes”, a troca da punição pela educação preventiva.
A mortalidade infantil, que segue ao lado do abandono das instituições precárias, a ignorância familiar, habitação inadequada, ao trabalho infantil e a pobreza. Os médicos passam a entrar na vida privada familiar e interferir na educação e criação dos filhos, eliminando hábitos atrasados e irracionais, impondo-se como único competente, determinando normas que a mãe deveria observar para parir e criar crianças fortes e saudáveis, convencendo a mulher de sua nova identidade. Uma reestruturação, novos hábitos e costumes foram colocados aos pobres, as mães, aos padrões de vida da classe dominante, que remetem a questão de ordem moral e política,