DIÁLOGO E TOLERÃNCIA ENTRE AS RELIGIÕES ATRAVÉS DOS RELATOS DE IBN BATTUTA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
CAMPUS UNIVERSITÁRIO TRINDADE
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

DIÁLOGO E TOLERÃNCIA ENTRE AS RELIGIÕES ATRAVÉS DOS RELATOS DE IBN BATTUTA

Projeto das alunas Maria Luiza do Valle Pereira Cardoso e Thais Padilha Oliveira, da sexta fase. Ao Tópico Especial- Idade Média Oriental: A Rota da Seda, ministrada por Aline Dias da Silveira.

Florianópolis-SC
Dezembro de 2012
Introdução
Ibn Battuta nasceu em 1304 no Tanger e aos 22 anos decidiu fazer sua primeira peregrinação à Meca, conforme prevê a sua religião. Tomando gosto pela vida de viajante, percorreu o equivalente a três voltas ao redor do mundo. Voltou à sua terra apenas no fim de sua vida, onde morreu em 1377. Sua obra foi narrada em 1354 ao escriba Ibn Juzayy que a escreveu a pedido do sultão merínida Abu Inan, que desejava por meio deste relato conhecer mais sobre terras desconhecidas.
Nesse trabalho vamos analisar, por meio das observações de Ibn Batutta, quais as impressões que ele teve a respeito dos lugares sagrados por qual passou, focando em Santa Sofia em Constantinopla, Jerusalém e Damasco. Considerando que nessas regiões os grupos religiosos predominantes eram de cristãos e muçulmanos que nesse momento histórico conviviam sem grandes conflitos. Faremos um estudo principalmente sobre as tolerâncias e os diálogos religiosos que ocorriam nesses lugares e seus arredores num recorte temporal entre os anos de 1325 e 1333.
Levando em conta que a fonte utilizada não é neutra, por Ibn Battuta ser um muçulmano do Magreb, e baseando-se nas ideias do orientalismo de Said1 sua visão nos dará apenas um lado da convivência entre esses povos, o que não tira seu valor como fonte histórica.
Assim, para traduzir a diferença, o viajante tem à sua disposição a figura cômoda da inversão, em que a alteridade se transcreve como um antipróprio. Entende-se que as narrativas de viagens recorram abundantemente a