Diversos
Como a Brahma tomou uma Budweiser
As pressões, os detalhes e as principais tacadas do astuto plano dos brasileiros que criaram a Anheuser-Busch Inbev, a maior cervejaria do mundo
Adriana Mattos
Divulgação
Nova Iorque, domingo 13, 19 horas e 40 minutos. Nesse dia, data e hora, Carlos Brito, 48 anos, o homem que comanda a cervejaria InBev, recebeu por telefone a notícia mais esperada da breve história da empresa. Da sala do escritório de advocacia Sullivan & Cromwell, na Broad Street 125, Brito ouviu o recado dos advogados: a Anheuser Busch, a maior cervejaria do mundo, havia assinado o contrato de venda da empresa para a InBev minutos atrás. Distante quase dois mil quilômetros dali, num dos quatro hangares do Aeroporto Spirit of St Louis, onde fica a sede da maior e mais cultuada cervejaria norte-americana, August Busch IV, o sexto membro da tradicionalíssima família a dirigir o grupo, assinou o tão rejeitado acordo de US$ 52 bilhões. Esse tornou-se, por diversas razões, um marco do mundo corporativo mundial. Ninguém nunca pagou tanto dinheiro, à vista e em cash, por uma companhia não-financeira. Nunca uma empresa brasileira tornou-se líder mundial em tão pouco tempo (foram só oito anos). Nunca um grupo industrial desse peso conseguiu comprar tão velozmente outro que NÃO estava à venda (foram 32 dias). Não houve comemoração, pelo menos do lado da família Busch. Os conselheiros assinaram tudo rapidamente e partiram em silêncio. Exatamente o
contrário da celebração comandada por Brito, em Nova York. O brasileiro comemorou a criação da nova empresa Anheuser Busch InBev com um gole de Budweiser geladíssima naquela noite.
Plano de demissõesvoluntárias e venda de parques de diversões da Anheuser devem reduzir custos da nova empresa
Ao sair dali, Brito encerrou a sua mais desgastante via-sacra desde que se tornou CEO da InBev, apenas quatro anos atrás. Ele comandou um périplo de reuniões infindáveis. Bateu na