Diversidade da psicologia, a: uma construção teórica
A discriminação racial não é um fato a mais das desigualdades sociais, mas está na sua base, uma vez que atravessa todos os aspectos da vida em sociedade da população negra. Portanto a questão racial não é deslocada da questão social; pois se entendemos que a questão social é a expressão do processo de aviltamento da vida humana resultante das relações sociais capitalistas, a população negra é, de forma evidente, um dos segmentos mais vulneráveis, pois, no capitalismo, as desigualdades sociais, econômicas, políticas e culturais são permeadas pela discriminação e pelo preconceito racial.
Segundo Ianni (1988), os antagonismos e conflitos sociais que envolvem a questão racial têm suas raízes nas contradições próprias da sociedade capitalista e estão intrinsecamente relacionada com a questão social, que ao ser naturalizada e criminalizada impede uma abordagem crítica e uma intervenção eficaz no que diz respeito as suas expressões. O assistente social tem como principal instrumento de trabalho as políticas sociais; e não é possível pensar em políticas sociais no Brasil sem considerar o diferencial gerado pela exclusão econômica, social e cultural da população negra. A categoria “raça” é um dos principais instrumentos de analise para a construção do sistema de exclusão social, econômica e cultural que vivencia a maioria da população brasileira.
Descendente do africano escravizado, marcado pela diáspora e pelo holocausto, compondo a mais numerosa coletividade, dentre as várias etnias; mesmo porque os brancos distribuem - se em distintas nacionalidades, fidelidades e identidades; sem esquecer que muitos compõem amplamente os trabalhadores assalariados, as classes e setores subalternos, mesclando-se com os negros e outras etnias em locais de trabalho, produção e reprodução. Sim, grande parte da questão racial no Brasil diz respeito ao negro, como etnia e categoria social, como a mais numerosa “raça”, no sentido de