ditadura
Antes da instalação do regime ditatorial, em 1964, os principais jornais, O Globo, Jornal do Brasil e a Tribuna da Imprensa, pregavam o golpe abertamente. Alguns, como o Correio da Manhã, algum tempo depois se arrependeram.
Já alguns jornais, como o jornal Última Hora, de Samuel Wainer, sempre esteve ao lado da democracia e por isso foi perseguido até ser sufocado economicamente, como o Correio da Manhã. Houve também alguns meio de imprensa alternativa, como a Folha da Semana, O Pasquim, Opinião, Versus, Movimento, entre outros, que exerceram um importante papel contra a ditadura.
O professor de história Eduardo Zayat Chammas analisou editoriais dos veículos Correio da Manhã e Jornal do Brasil, que eram os dois jornais com maior tiragem no país e tinham circulação nacional, entre 1964, ano do golpe, e 1968, ano de implantação do Ato Institucional 5 (AI-5). Os dois jornais mostraram-se a favor da queda de João Goulart do poder, declarando-se “herdeiro dos ideais democráticos da revolução de 1964”, segundo Chammas.
“Eram contra o projeto social desenvolvimentista que possibilitava mudança nas estruturas sociais, na estrutura de poder. Os movimentos das ruas não tinham voz para esses jornais. O movimento estudantil, apesar de criticar os militares, foi bem noticiado até 1968 pelo Correio da Manhã, pois este jornal dialogava um pouco mais com as classes médias, de onde vinham esses estudantes”.
Entretanto, as tensões políticas cresciam e os estudantes tomavam posições mais radicais, fazendo com que o veículo retirasse o apoio ao movimento.
De acordo com Maurício Dias, jornalista da revista Carta Capital, a ditadura “exerceu o terror de Estado e provocou medo na sociedade civil. Não há indícios, porém, de que o medo fosse a razão do consentimento, e se os jornais tivessem protestado quando o general Abreu proibiu qualquer publicidade do governo no Jornal do Brasil em 1978?”
E muitos dos jornais que ainda exercem grande